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Aos amigos desconhecidos

"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?" Depois de ouvir a parábola do bom samaritano não é difícil encontrar a resposta: “Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o especialista na lei. Então, Jesus recomendou: “Vá e faça o mesmo.” (Lucas 10.25-37)


Amizade é um estado de solidariedade que leva a gestos concretos de socorro a quem precisa, nem que seja um estranho deitado à beira do caminho. Nesse sentido, é surpreendente que os gestos de misericórdia, muitas vezes, venham de estranhos e, às vezes, de quem nem se espera. Esse é um tipo de amizade que ultrapassa relações pessoais, íntimas, e alcança uma dimensão coletiva, impessoal e anônima.


No dia do amigo, lembremos daqueles e daquelas que se tornaram “nosso próximo" pelo espírito de solidariedade, que ajunta quem está caído pelo caminho. E somos, com frequência, ajuntados e socorridos por estranhos e anônimos. As formas são muito variadas, de perto ou de longe. Pode ser também pelas orações, pelas doações ou pelas campanhas. Da mesma forma, eu também me torno um amigo ou uma amiga anônima de quem eu me aproximo com gestos solidários. Como diz uma canção, “a amizade é uma ponte onde o amor vai e vem".


Na parábola, relatada por Jesus, o bom samaritano vai retornar à pensão, onde deixou o assaltado para ser cuidado. Não sabemos se aconteceu um reencontro. Não sabemos se daquele socorro prestado surgiu uma amizade mais pessoal. Talvez isso não seja tão importante. Certamente, esse amigo anônimo não será esquecido. Afinal, é nas dificuldades que se reconhece a verdadeira amizade.


P. Luis Henrique Sievers



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