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MEDITAÇÕES

A Palavra de Deus é a relíquia das relíquidas, a única, na verdade, que nós, cristãos, reconhecemos e temos. (MARTIN LUTERO)

Natal sem Nascimento

É possível uma coisa dessas: Falar do Natal Cristão sem o nascimento de Jesus? Afinal de contas, “natal” leva a pensar no nascimento de uma criança. A “taxa de natalidade” mede justamente o número de nascimentos em um país ou região.  Quando uma mulher está grávida, é recomendado fazer o “pré-natal”. São exames e monitoramento médico para garantir que a gestação transcorra bem e o nascimento saudável e seguro da criança esteja minimamente garantido. Falar do Natal Cristão sem pensar no nascimento de Jesus Cristo parece ser algo quase impossível.

Dos quatro Evangelhos que encontramos na Bíblia, apenas dois relatam a história do nascimento de Jesus (Mateus e Lucas). Marcos nem menciona o fato. Jesus simplesmente vem adulto de Nazaré, na Galileia, para ser batizado por João, no Rio Jordão. Ele começa a sua atividade pública dizendo: “— Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho.” (Marcos 1.15) O Evangelista João não fala propriamente sobre o nascimento de Jesus, mas começa declarando que “a Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade.” (João 1.14).

O nascimento de Jesus passou a ter maior importância para as comunidades cristã apenas no século IV d.C.  A Páscoa, com a mensagem da ressurreição, foi e continua sendo a principal festa cristã. A data exata do nascimento de Jesus é desconhecida até hoje e é motivo de controvérsias entre os especialistas. Foi estabelecido, pela Igreja, o dia 25 de dezembro para facilitar a conversão das pessoas ao Cristianismo. Nessa data se comemorava, em todo Império Romano o nascimento anual do Deus Sol, no solstício de inverno, no hemisfério norte. Fiéis à herança do Antigo Testamento de não fazer imagens de Deus, os cristãos passaram a propagar que  Jesus Cristo é a luz , “a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas.” (João 1.9)”

O centro da mensagem de Natal é que o salvador esperado, o Messias chegou. Não há necessidade de esperar outro. Jesus é Deus mesmo entre nós: Emanuel (Deus Conosco!).

 

Sua presença em Jesus irradia grande luz. Natal é um convite para deixar-se iluminar e seguir essa luz: “— Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.” (João.8.12) Essa é a luz que ilumina a vida de quem quer ser cristão. Ela também compromete o iluminado a iluminar: “— Vocês são a luz para o mundo... Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.” (Mateus 5.14ª e 16) O novo vem ao mundo, ali onde somos capazes de fazer brilhar a luz que vem de Cristo Jesus. 

Martin Luther King, ativista negro norte-americano, disse certa vez: “A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso.” A luz tem no amor a sua mais poderosa arma de transformação da realidade, de combate à escuridão: “Quem ama o seu irmão vive na luz... Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não sabe para onde está indo, porque a escuridão não deixa que essa pessoa enxergue.” (1. João 2.10 e 11)

É Natal sempre que a luz de Jesus Cristo brilha através dos seus discípulos. Os frutos dessa luz são bem claros: "Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz, pois a luz produz uma grande colheita de todo tipo de bondade, honestidade e verdade. Procurem descobrir quais são as coisas que agradam ao Senhor." (Efésios 5.8b-10)

P. Luis Henrique Sievers

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