“Como se diz?”

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Além da prática de misericórdia, bondade, humildade, delicadeza, paciência, perdão e amor, o apóstolo Paulo recomenda que sejamos agradecidos (Colossenses 3.12-17).

 

 

Gratidão é fundamental. Aprendemos desde criança. Depois de recebermos um presente, nosso pai ou nossa mãe nos perguntava: “Como se diz?”. Então respondíamos: “Muito obrigado!” Só aí podíamos sair, felizes, curtindo o presente recebido. Receber algo sem demonstrar gratidão era uma falta de educação.

 

É verdade que nem sempre o presente agradava. Mas, há um ditado popular que nos lembra que “cavalo dado não se olha os dentes”. De alguma maneira, a gratidão não pode depender só do tamanho ou da qualidade do presente. É preciso aprender a valorizar o gesto de quem presenteia, de quem dá de coração, sem obrigação.

 

O verdadeiro sentimento de gratidão está amparado em algo mais profundo do que as aparências. É preciso ter sensibilidade. Atrás de cada coisa que nos é presenteada se encontra alguém que está expressando o seu amor, a sua consideração por nós. Quem só olha o presente dado não sabe dizer “muito obrigado” no verdadeiro sentido que nossos pais nos ensinaram. 

 

Pela fé, consideramos a vida e o viver, com seus altos e baixos, alegrias e tristezas, um presente de Deus. A dádiva da vida necessita ser celebrada com ações de graças. A sabedoria bíblica expressa esse sentimento de gratidão da seguinte forma: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre” (Salmo 107.1). Mas, para agradecer, como vimos, também precisamos enxergar quem está nos presenteando diariamente. Somente a fé pode nos revelar isso e acolher esse dom com gratidão. Então, “como se diz?” 

 

Certamente é mais fácil dar graças quando experimentamos a bondade de Deus. É mais fácil dizer “muito obrigado!”, quando os presentes nos agradam e a vida vai bem. Mesmo assim, na abundância, há pessoas que não enxergam quem as está presenteando. Pensam que tudo acontece por sua própria razão ou força. Dão louvores a si mesmas. Exaltam suas próprias capacidades e qualidades. Para essas pessoas, a vida e o viver não são dádivas, mas conquistas, sucessos a serem celebrados em sua própria honra e glória.

 

Por outro lado, se o presente não me agrada, como dizer “muito obrigado!” de coração? Se não tenho tudo o que desejo e, ainda por cima, o viver é, por vezes, um fardo pesado e amargo, fica difícil ser uma pessoa agradecida. Não estamos acostumados a considerar que também na dor pode haver alguma dádiva, um presente oculto. Mas, também ali, podemos agradecer pelo refúgio, pela fortaleza e pelo socorro de Deus nas tribulações da vida (Salmo 46.1). Ter a capacidade de seguir adiante, sem medo, confiando na proteção e direção de Deus pelos vales escuros do viver, é um presente oculto do bom pastor (Salmo 23.4). Deus não está ausente em nossas necessidades. É aí que experimentamos a sua misericórdia.

 

“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida”, declara o salmista. Agradecido pela companhia de Deus, na abundância e na necessidade, ele se aproxima e deseja habitar “na Casa do Senhor para todo o sempre” (Salmo 23.6). Celebrar ação de graças é reconhecer, pela fé, que tudo o que temos e o que somos vem de Deus. Então, seja no pouco ou seja no muito, “Como se diz?”

 

E a misericórdia de Deus pode alcançar outras pessoas necessitadas, através de nossas doações, como expressão da nossa gratidão. Participe e doe o que você puder em nossa campanha “Ação de Graças Solidária”, da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Lajeado, doando feijão, arroz, leite ou óleo. Vamos acalentar a vida das pessoas internas na Associação Beneficente Pella Bethânia (Taquari-RS) e as famílias dos Bairros Conserva e Santo Antônio, através de projetos locais de assistência a famílias em vulnerabilidade. Veja como você pode participar, ligando para a secretaria, pelos telefones (51) 3714 1825 e 3710 1081. “Muito obrigado!”

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Pastor Luis Henrique Sievers

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